Câmara de Macaíba: o palácio da hipocrisia

Fachada do Palácio Alfredo Mesquita, sede da Câmara Municipal de Macaíba 

Por Jefferson Lázaro

Quem frequenta a Câmara Municipal de Macaíba sabe que, vez ou outra, alguns vereadores da situação – sobretudo Gerson Lima – adoram criticar os governos do PT pelos escândalos de corrupção descobertos pela operação Lava Jato, como forma de desviar o foco da política local. Até ontem isso funcionou.

Com o voto contrário à tramitação da Lei da Ficha Limpa Municipal, sob a falsa alegação de inconstitucionalidade, todos os vereadores da situação perderam a moral para falar de corrupção não apenas na Câmara Municipal de Macaíba, mas em qualquer outro lugar.

Ser contra uma lei que tinha como objetivo combater a corrupção em nossa cidade, impedindo que corruptos sejam nomeados para cargos públicos enquanto estiverem sob efeitos de condenação, é, no mínimo, uma conivência com a corrupção.

E nem adianta dizer que a Lei da Ficha Limpa municipal legisla sobre a lei federal, pois, enquanto a lei federal diz respeito às candidaturas de políticos em eleições, a lei municipal versa sobre a nomeação de cargos comissionados, ou seja, são duas coisas totalmente diferentes.

Portanto, o parecer apresentado pelos vereadores Netinho França e João de Damião, do qual o vereador Igor Targino não foi consultado, nada mais foi que outra manobra política para pôr um fim à tramitação da lei. Afinal de contas, por qual motivo os vereadores da situação seriam favoráveis à uma lei de combate à corrupção municipal se é mais conveniente fazer o ‘papel de revoltado’ com a corrupção noticiada pelos telejornais?

Com todo respeito à memória da família Mesquita, a sede da Câmara Municipal de Macaíba deveria se chamar Palácio da Hipocrisia.