Delação de Rita das Mercês é uma bomba na candidatura de Ederlinda Dias

Os Cunhas e seus “principais aliados políticos”, Robinson Faria e Ricardo Motta

Por Jefferson Lázaro

A notícia que tomou conta do RN nesse final de semana foi a delação da ex-procuradora-geral da Assembleia Legislativa do RN, Rita das Mercês, ao Ministério Público Federal, de que 52 políticos e desembargadores teriam envolvimento no esquema de inclusão de funcionários fantasmas no Poder Legislativo, que desviou cerca de R$ 5,5 milhões, de 2006 a 2015, segundo denúncia do Ministério Público Estadual.

Aí você deve está se perguntando: o que cargas d’água isso tem a ver com a candidatura de Ederlinda Dias a deputada estadual? Tudo, pois o sucesso da candidatura dela depende da reputação dos principais aliados políticos do prefeito, Fernando Cunha, irmão do seu esposo, Sérgio Cunha. Mas quem são esses “principais aliados”? Primeiro, vamos começar pelo aliado mais antigo, deputado estadual Ricardo Motta.

Em todas as eleições estaduais a partir dos anos 2000, quando Fernando Cunha foi eleito prefeito de Macaíba pela primeira vez, Motta foi seu candidato a deputado estadual. Foi assim nas eleições de 2002, 2006, 2010 e 2014, quando também os Cunhas votaram no filho dele, Rafael Motta, para deputado federal.

Já a aliança política com Robinson Faria começa em março de 2009, quando ele nomeou Sergio Cunha e Ederlinda Dias funcionários da Assembleia, em troca de apoio nas eleições de 2010, para a chapa que ele montou com Rosalba e também para a candidatura de seu filho, Fábio Faria, a deputado federal. Em contrapartida, Robinson e Rosalba ajudaram Fernando Cunha a voltar à Prefeitura de Macaíba em 2012, numa derrota história para a então prefeita, Marília Dias. A aliança continuou e, em 2016, os Cunhas ajudaram a eleger Robinson Faria governador do Estado.

Porém, para eleger Ederlinda deputada estadual, é necessário cerca de 40 mil votos, uma vez que ela faz parte do partido que está no governo. Mas aí é que está o problema, pois político algum tem essa quantidade de votos em Macaíba. Se ela tiver 10 mil votos, já é muita coisa, quem dirá 40 mil!  Ou seja,  vai ter que buscar votos fora e para isso os Cunhas contam com apoio de seus “principais aliados”.

Agora, voltando para o início do texto, Advinha quem eram os presidentes da Assembleia na época das “nomeações fantasmas? Robinho e Ricardinho, como diria o vereador Silvan. O primeiro foi presidente da Assembleia de 2003 a 2010. E o segundo, de 2011 a 2015. Ou seja: são os principais responsáveis por tornar a Assembleia Legislativa uma mansão mal assombrada que, em menos de dez anos, tornou-se uma maldição para os cofres públicos.

Para se ter uma ideia, apenas na gestão de Ricardo Motta, a quantidade de cargos comissionados na Assembleia cresceu de 836 para 2.538. Além disso, foi na gestão de Robinson Faria, como dito acima, que Sergio Cunha e Ederlinda foram nomeados em troca de apoio político, mesmo sendo casados, algo proibido pela Lei Contra o Nepotismo. Resta saber agora se, além do nepotismo, eles também eram fantasmas ou não…

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