Garibaldi Filho confirma rompimento com Henrique
Garibaldi falou em resquícios da eleição passada que se refletem na eleição deste ano. O rompimento ocorre em um cenário em que Garibaldi e o filho, Walter Alves, que preside a legenda do estado, dialogam com a governadora petista Fátima Bezerra, com vistas à eleição de outubro próximo.
Garibaldi disse que o afastamento já vinha acontecendo nos últimos anos e agora não há qualquer razão para manter a relação entre os dois politicamente. “Isso já vinha acontecendo e hoje tomou uma dimensão maior. O ex-deputado Henrique, na última campanha não votou em Walter. Ele preferiu votar e apoiar o Benes Leocádio. Então, entendo que não há mais razão para a gente continuar convivendo politicamente”, declarou o ex-senador.
Em 2018, o ex-prefeito de Lajes e ex-presidente da Federação dos Município do Estado (Femurn), Benes Leocádio, que estava no PTC (Partido Trabalhista Cristão) foi o candidato mais votado para a Câmara Federal no Rio Grande do Norte. Hoje é presidente estadual do Republicanos. Walter foi o sétimo mais votado naquele pleito. Ambos se elegeram.
A iniciativa de Garibaldi, mais de três anos depois, também está relacionada à eleição que se aproxima. “Tem a ver com a próxima eleição porque uma eleição não se mostra isolada, ela repercute na próxima. Isso tem uma continuidade, então, o que posso dizer é que não houve condições para continuar. É uma história de décadas, não é fácil um rompimento, mas quando se faz necessário, a gente precisa tomar a decisão que nos parece mais adequada”, enfatizou o ex-senador.
O presidente estadual da legenda, deputado Walter Alves, foi procurado pela reportagem, mas não foi localizado.
Já Henrique, em resposta, preferiu adotar o tom de cautela, seguindo um conhecido ditado popular: “’quando um não quer, dois não brigam’. Por isso não esperem de mim uma resposta sequer agressiva em relação ao primo, amigo, companheiro de MDB de 51 anos. Só gratidão e respeito a Garibaldi. Sabemos o que vivemos juntos! Surpreso, sim. Até porque, nos falamos no meu aniversário em dezembro, Natal e Ano Novo, quando nos desejamos fraternalmente boas festas e felicidades”, disse em nota. Ele também fez referência ao pai, o ex-governador Aluízio Alves para justificar o seu posicionamento.
“A vida e suas circunstâncias… realizei a vida política, partidária e pública na escola de meu pai. Até no se levantar, no resistir às injustiças e vencê-las.
Assim, a bandeira verde, da esperança, sempre a tremular nas minhas mãos sob o julgamento do povo do Rio Grande do Norte, que me deu 11 mandatos de deputado federal. Hoje não é diferente. O carinho, o abraço e emoção no reencontro são alegrias que me fortalecem e estimulam na luta que sempre continua. Sem ódio e sem medo. Como Aluízio, meu pai, nos ensinou desde 1970”.
Sobre o argumento de que não esteve ao lado de Garibaldi e Walter nas eleições de 2018, Henrique relembrou que este foi o único pleito no qual não pôde ajudá-los. “Em tempo, a única campanha que não pude ajudar a Garibaldi foi a última de 2018, quando ainda sofria absurdas limitações de brutal injustiça. O RN também sabe disso”, concluiu o ex-ministro.