Indicado de Rogério Marinho no Ibama, Clécio Santos é alvo de operação contra corrupção

Foto: Reprodução/Blog do Primo

O superintendente do Ibama/RN, Clécio Santos, foi afastado da função na manhã de terça-feira (12), em decorrência da Operação Kodama, realizada pela Polícia Federal e Ministério Público Federal para investigar indícios de irregularidades no órgão. Há suspeitas dos crimes de prevaricação, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro em decisões do Ibama/RN envolvendo três empresas de processamento de pescados e um hotel.

Dez decisões do superintendente — cancelamento indevido de autos de infração e de sanções administrativas às empresas — estão sob investigação. Os policiais cumprem mandados de busca e apreensão em Natal, Ceará Mirim, Goianinha e Tibau do Sul.

Clécio Santos está no Ibama/RN por indicação direta do deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN), relator da reforma trabalhista e integrante da base de apoio de Michel Temer. Ele é assessor e homem de confiança do tucano há bastante tempo, tendo ocupado cargo no gabinete do parlamentar por quase dez anos.

De acordo com O Eco, sua administração também vem recebendo uma série de críticas, que vai de interferência em decisões técnicas dos analistas a uso particular do carro do Ibama. A reportagem destacou, ainda, a falta de conhecimento ou experiência dele na área ambiental. “Em evento na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (Fiern), realizado no dia 15 de março de 2017, Santos afirmou, para uma plateia de empresários, não ter o menor interesse no tema: ‘Eu que não sou ambientalista e que não conheço patavina de meio ambiente, nem vou conhecer porque a minha idade não permite mais’”. (Confira a reportagem completa AQUI)

Em julho deste ano, um grupo de 13 servidores da área de fiscalização do Ibama no estado entregou suas funções em repúdio à indicação de Clécio Santos do servidor Claudius Monte de Sena para a chefia da divisão responsável pelo setor. A decisão, além de ter causado um mal-estar no órgão, foi inédita, pois rompeu a tradição de escolha realizada pela presidência do Ibama, em Brasília.