Styvenson troca Rede por Podemos a convite de senador citado na Lava Jato
O senador Styvenson Valentim confirmou a saída da Rede Sustentabilidade para se filiar ao Podemos, partido do senador e ex-candidato à presidência da República Álvaro Dias, citado em delação premiada pelo ex-deputado federal Pedro Corrêa em meio às investigações da operação Lava Jato.
Álvaro Dias foi acusado de participar de uma articulação junto com outros parlamentares para barrar a CPI que apurava fraudes na Petrobras, aberta em 2009. Logo que a delação foi vazada para a imprensa, ele negou e disse que processaria o delator.
Em carta divulgada pela assessoria de imprensa, Styvenson Valentim afirmou que o Podemos aceitou suas exigências de ter “liberdade, independência de pensamento e de atos e meu compromisso com meu Estado”.
– Minhas condições foram aceitas e por isso decidi me aproximar. O partido ainda dispõe de mecanismos para consultar a população em tempo real sobre assuntos importantes, possibilitando a participação social em todos os aspectos.
Valentim admitiu que foi apresentado ao Podemos pelo próprio Álvaro Dias. E afirmou que escolheu “iniciar o meu trabalho parlamentar junto com pares que se alinham ao meu pensamento. Porém, não há partido ou regra que irá subjugar minhas convicções e assumo, mais uma vez, meu compromisso junto aos meus eleitores e aos cidadãos do meu Estado. Eu escolhi ser senador para proporcionar condições melhores para o Rio Grande do Norte e essa é a minha missão agora”, encerrou.
Álvaro Dias negou propina
A delação de Pedro Correia chegou a ser rejeitada pelo primeiro relator da operação Lava Jato Teori Zavascki, mas foi homologada em agosto de 2017, mais de dois anos depois pelo ministro Edson Fachin, após a morte de Zavascki em desastre aéreo.
O delator disse que Sérgio Guerra, já falecido, confirmou ter recebido R$ 10 milhões e contou a ele que dividiu o valor entre os integrantes da CPI “sobretudo com o senador Álvaro Dias” e também com o senador Aloísio Mercadante, do PT, que não estava na CPI.
Procurado na época, Álvaro Dias disse que “essa calúnia é vingança contra quem foi uma dos primeiros a denunciar a adotar providências contra a corrupção na Petrobrás.”