Anvisa autoriza que voluntários de Natal sejam recrutados para testes da vacina de Oxford

Vacina da AstraZeneca/Oxford está na terceira fase de testes (Foto: Itamar Crispim/Fiocruz)

Tribuna do Norte

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a ampliação de mais 5 mil voluntários para a fase 3 dos estudos clínicos da vacina da AstraZeneca/Universidade de Oxford. Com isso, o Brasil terá 10 mil voluntários para a ultima etapa de desenvolvimento da vacina e as cidades de Natal, Porto Alegre e Santa Maria farão parte da testagem. Os centros instalados no Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo também continuam funcionando.

Segundo a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que coordena o estudo, o recrutamento de voluntários e a aplicação da vacina acontecerão em Natal (RN), pelo Centro de Pesquisas Clínicas de Natal (CPCLIN), em Porto Alegre (RS), pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e em Santa Maria, também no estado gaúcho pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Não haverá uma divisão exata do número de voluntários em cada local. Será livre recrutamento, até alcançar o número de cinco mil selecionados.

Podem participar do estudo adultos acima de 18 anos, que sejam profissionais de saúde atuantes diretamente na linha de frente do combate à Covid-19, além de trabalhadores que desempenhem funções em ambientes com alto risco de exposição ao novo coronavírus, como motoristas de ambulância, seguranças de hospitais e agentes de limpeza desses estabelecimentos. A novidade é que agora não há mais limite de idade.

“Nessa etapa, podem entrar no estudo idosos, pessoas acima dos 60 anos que façam parte do perfil acima descrito. Isso é extremamente importante, porque incluímos nessa fase indivíduos que sabidamente têm risco mais elevado de complicações à Covid-19 e, assim, o estudo pode refletir ainda mais a realidade. Isso, além de ampliarmos bastante o número de participantes, o que dará ainda mais robustez na análise de dados relacionados à segurança e eficácia da vacina”, destaca a professora Lily Weckx, coordenadora do Crie e responsável por liderar o estudo da vacina de Oxford no Brasil.

Com a autorização da Anvisa, a partir desta terça-feira os centros participantes podem iniciar o processo de recrutamento desses novos 5 mil voluntários. Como já acontece com os outros 5 mil já recrutados, todos receberão duas doses da vacina e serão acompanhados de perto pelos pesquisadores.