Pedreira abandonada em Macaíba é tomada por criminosos
Desde a paralisação das atividades de extração de rochas graníticas da “Pedreira Canavial”, na área urbana de Macaíba, RN, bairro São José, o local convive com problemas que se agravam a cada dia. Parte de uma área de 5 hectares da propriedade privada onde funcionou a pedreira transformou-se numa lagoa formada por águas de chuvas, denominada “Poço do Eco”, com profundidade de 20 metros, que está gerando graves problemas.
A proprietária do imóvel tem dificuldades de manter o local cercado. Marginais, usuários de drogas e pessoas estranhas adentram na área rompendo a cerca, mesmo sempre consertada. Essa situação tem gerando um clima de insegurança e pavor na população das ruas próximas, onde o consumo de drogas e os assaltos deixam os moradores das ruas Maria Isabel da Conceição, Manoel Máximo da Silva e entornos em situação de extremo perigo, expondo os moradores ao domínio das facções criminosas que dominam a região.
Nem mesmo as autoridades públicas conseguem transitar na região com segurança. Em março passado, uma equipe de fiscalização do Idema, mesmo acompanhada por uma guarnição do pelotão da Polícia Ambiental, teve de se retirar às pressas do local por falta de segurança, fazendo com que a equipe de policiais que acompanhavam os profissionais do Idema recomendasse a imediata suspensão da vistoria. Em nova tentativa de realizar o serviço de proteção ambiental, os técnicos do Idema retornaram no mês de abril, acompanhados de duas viaturas do Cipam.
Nesta ocasião, a abordagem pelos policiais flagrou uma dupla que trafegava em uma motocicleta constatando que além de animais silvestres engaiolados, também transportavam drogas. No local foram encontrado resíduos de materiais incinerados e cinzas, que após rápida análise policial, constatou-se que se tratava da desova de produtos de roubos, arrastões e abrigo para consumo de drogas. Carros e motos roubados são depenados no local e jogados dentro da lagoa. Moradores da região afirmam que cadáveres também são desovados no Poço do Eco. Existe o risco da ocorrência de um grande incêndio, que pode afetar a vegetação e as moradias das proximidades.
Moradores da região relatam que, frequentemente, grupos de marginais realizam encontros para orgias, bebedeiras e consumo de drogas, situação que já levou ao registro de diversos afogamentos e assassinatos. Análises da água retirada do Poço do Eco comprovam a presença de coliformes fecais, contaminação de origem de fezes humanas e de animais, que podem provocar diversas doenças como: diarreias, hepatites e diversas infecções, além de elevada toxidade.
Também é caótica a limpeza do local, que resulta na formação de um imenso foco de lixo à céu aberto, abrigo para os hospedeiros de diversas doenças, principalmente ratos, baratas, e mosquitos como o Aedes Aegypt (transmissor de Dengue, Chikungunya, Zika e também a Febre Amarela urbana).
Reportagens diversas têm inserido o local nas manchetes policiais. Assassinatos, desova de cadáveres e de produto de roubos, recheiam os noticiários policiais com ações criminosas praticadas nessa área do bairro São José. Informações chegadas à redação dão conta que foram constatadas várias ocorrências de assassinatos, sequestros e roubos.
Procurada pela nossa reportagem do Agora RN, a empresa proprietária da área, a Haroldo Azevedo Construções, afirmou que pretende promover o aterro da cava da antiga “Pedreira Canavial” com resíduos sólidos e construir um projeto no âmbito do programa Minha Casa Minha Vida, com aproximadamente 250 unidades habitacionais, com projeto do arquiteto Luciano Barros, gerando emprego, renda e impostos para a região, com melhorias urbanísticas para o bairro.